A Research in Motion tem tido dias difíceis. Primeiro, o Blackberry Playbook foi soterrado por críticas, esnobado pela AT&T e humilhado pela Verizon Wireless. Agora, a RIM deixa Wall Street nervosa ao reduzir sua previsão para o primeiro trimestre, resultado das fracas vendas de smartphones. E não ajudou uma pesquisa da Nielsen que apontava o Blackberry em queda na preferência do público à medida que cresce o interesse pelo Android.
Mas há esperança. O tempo que gastei com o Blackberry Playbook mostrou que a RIM é capaz de grandiosidades, mas a empresa ainda terá trabalho sério a fazer se quiser voltar aos trilhos. Eis o que precisa ser feito.
1:: Conserte o Playbook OS
Há lapsos de beleza no Blackberry Playbook. Os comandos por gestos são inteligentes e sua abordagem para multitarefa fazem o iOS e o Android parecerem tolos. Mas, por outro lado, o Playbook OS é minado por por apps que entram em pane, bugs estranhos e pequenas frustrações. Há toda aquela questão sobre a falta de e-mail e agenda, que tende a ser resolvida com o tempo, mas o mais importante é que o Playbook precisa de um belo verniz. (Minha maior neura: toques de dedo que não são percebidos pelo browser.)
2:: Tragam os grandes apps
Implore à Netflix. Chame pelo Twitter. Faça um acordo com a Zynga. Pague o que Marco Arment pedir por seu app Instapaper (assumindo que ele aceite). Descubra por que a promessa de um app Kindle para o Playbook é, até o momento, uma promessa. Faça o que for necessário para trazer alguns destaques para o Playbook, porque Need for Speed e Tetris não é o suficiente. A troca rápida entre apps é um dos grandes ativos do Playbook, mas ele tem sido condenado por uma App World recheada de lixo. Um emulador Android poderia ajudar, mas não será uma panaceia.
3:: Ponha o Playbook OS nos celulares
Dê uma olhada no mapa da estrada para o Blackberry em 2011 publicado no Boy Genius Report. Sabe o que está faltando? Qualquer menção ao Playbook OS ou aos processadores dual core que, segundo a RIM, são necessários para rodar o Playbook. Não é porque falte tecnologia. Smartphones dual core, como o Motorola Atrix 4G, estão no mercado neste instante e a RIM continua a apelar para hardware velho e software chato porque os usuários corporativos ainda os demandam. Com o Playbook, a RIM tem uma plataforma capaz de gerar entusiasmo. Ela só precisa parar de adiar o inevitável e dar um passo adiante colocando o OS do tablet nos smartphones o mais rápido possível.
4:: Encontre um líder articulado
A comunicação corporativa não é algo que afete diretamente os consumidores, mas pode empurrar a empresa para baixo. Quando a imprensa mal entende o que Jim Balsillie, co-CEO da RIM, está dizendo, os consumidores têm uma percepção nebulosa do rumo que a empresa está tomando. Isso deveria ser um ponto de virada para a RIM, um ponto no qual sua nova plataforma salva a empresa da obsolescência. Mas, em vez disso, ouvimos de Basillie: “O que eu quero dizer é que há um envelhecimento natural e há uma transição natural para novos produtos. E esta é uma transição bastante ampla para nós. Assim, é uma grande transição; não há dúvidas de que vai acontecer, está feita e os produtos estão funcionando; há um ciclo de depuração e há um ciclo de certificação e que sempre o colocará em uma zona de risco por um período de cerca de duas semanas, e a distância máxima que você pode ficar dessa zona é de um a dois meses”.
Entendeu?