De todos os smartphones com Android da Motorola devolvidos, em 70% dos casos isso ocorre por causa de aplicativos que afetam o desempenho dos aparelhos, afirmou Sanjay Jha, CEO da Motorola, em conferência realizada na quinta-feira (2/6).
Ao contrário das lojas de aplicativos de outras plataformas, o Android Market é completamente aberto, ou seja, qualquer programa pode ser enviado sem que uma análise prévia seja feita. A Google costuma remover softwares com códigos maliciosos, mas não o faz com aplicativos que afetam a performance dos dispositivos.
“Esse aplicativos não são testados quanto ao consumo de bateria e memória do aparelho. Estamos começando a entender o impacto que isso causa”, afirmou Jha.
Uma forma encontrada pela Motorola para estudar o problema para, futuramente, contorná-lo é a partir da interface Motoblur. Lançado pela empresa para ajudar os usuários no gerenciamento de seus perfis em redes sociais, o software ganhou importância para outros propósitos.
Bisbilhoteiro
Um deles é a investigação sobre a experiência de uso do usuário. Graças ao Motoblur, a Motorola consegue coletar informações quanto ao modo como seus celulares são usados, relacionando assim o download de aplicativos e a queda de desempenho. “Estamos chegando a um ponto em que poderemos avisar nossos clientes sobre o motivo da lentidão do sistema”, disse. Dessa forma, o usuário seria alertado sobre o impacto de sua escolha.
A Motorola pensa em outras maneiras para desestimular a instalação de tantos aplicativos no smartphones. Uma das ideias é incrementar as funções do Motoblur, depois que este chegar a um número maior de clientes – atualmente, cerca de 10 milhões de pessoas o utilizam. “Está começando a ficar interessante”, resaltou o CEO.
A oferta de serviços e softwares diferenciados é a forma como muitas empresas têm tentado se destacar no mercado. No começo, afirmou Jha, o simples fato de a Motorola ter escolhido o Android já a diferenciava. Esse fator, no entanto, deixou de ser considerado, já que o SO da Google passou a ser usado por inúmeras fabricantes.
“O lado negativo é que estamos tendo de competir arduamente para conseguir um pouco mais de atenção e participação do mercado”, disse Jha, apesar de reafirmar que o Android é a escolha óbvia, já que está evoluindo mais rápido que seus concorrentes.