
Eg?pcios usam as redes sociais e o celular para enfrentar o tr?nsito
Foto: EFE
As redes sociais e o telefone celular s?o as ?ltimas armas que os eg?pcios encontraram para combater o tr?nsito ca?tico do Cairo, onde o carro ? o principal meio de transporte de mais de 20 milh?es de habitantes.
"Demorei mais de tr?s horas e meia para chegar no trabalho!", escreveu na sua conta do Twitter um motorista frustrado que incluiu a hashtag "#cairotraffic". H? alguns meses, o Twitter e alguns sites publicam queixas e de milhares de pessoas que a cada dia enfrentam a desordem das ruas do Cairo "munidos" de um carro e um telefone celular com o qual recebem informa??es em tempo real sobre os melhores caminhos e onde est?o os piores engarrafamentos.
"? uma solu??o muito simples para um problema muito grande", resumiu ? Ag?ncia Efe Mustafa al Betagy, um dos fundadores do Bey2ollak, um dos sites que informam sobre o tr?nsito no Cairo.
.Bey2ollak, que em dialeto eg?pcio define toda informa??o cuja fonte n?o est? clara, nasceu quando Al Beltagy e outros quatro amigos decidiram levar ?s redes sociais o que j? faziam por telefone. "Quando saio do escrit?rio, ligo para meus amigos e pergunto qual caminho devo tomar e quais s?o as ruas mais engarrafadas", explicou.
Dessa forma, atrav?s de um aplicativo instalado no telefone, os usu?rios enviam e recebem mensagens sobre a situa??o no tr?nsito no Cairo. "? como se voc? tivesse um terceiro olho para ver como est?o as ruas e estradas", explicou Al Beltagy, que destacou a import?ncia deste tipo de ferramenta em uma cidade onde n?o existem helic?pteros ou c?meras que registrem o tr?fego como em outras metr?poles mundo afora.
Al Beltagy refor?ou que existiam d?vidas sobre o sucesso do aplicativo em um pa?s onde os cidad?os n?o utilizaram maci?amente as redes sociais at? janeiro, quando foram fundamentais para articular a revolu??o contra do regime do presidente Hosni Mubarak.
"Em uma comunidade, todo mundo ajuda de alguma forma, e n?o sab?amos se este conceito funcionaria, se as pessoas s? consultariam sem fornecer nenhuma informa??o", contou Al Beltagy, que refor?ou o not?vel sucesso de um projeto que no primeiro dia de funcionamento, em outubro de 2010, registrou a participa??o de 50 mil pessoas.
Ap?s sete meses de vida, Bey2ollak recebe uma m?dia de 10 e 15 mensagens por hora, embora os grandes engarrafamentos ou os fatos fora do normal chegam a concentrar at? 300 mensagens por hora.
Os tiroteios junto ao Minist?rio do Interior durante a revolu??o causaram um engarrafamento monumental onde centenas de pessoas ficaram presas em seus carros durante horas e optaram por manter o bom humor para enfrentar a situa??o. "Um homem que conduzia um carro branco dizia que precisava de um carregador de celular porque estava ficando sem bateria, outro oferecia pizzas e todo mundo se divertia", lembrou Al Beltagy, que seguiu os fatos pela tela do seu telefone celular.
Frequentemente os motoristas utilizam estas ferramentas para canalizar sua frustra??o, questionando se chegariam em casa "antes da meia-noite", chamando a situa??o de "pesadelo" ou xingando o jeito de dirigir dos cairotas.
Apesar dessa ferramenta n?o resolver o grave problema do tr?nsito na capital eg?pcia, Al Beltagy destacou que foram essenciais para evitar os piores engarrafamentos. "? como a chegada dos telefones celulares: antes n?o sent?amos necessidade de ter um, mas agora j? n?o podemos viver sem eles", concluiu Al Beltagy.